segunda-feira, 11 de julho de 2016

Assentados denunciam vereador e suposta fraude no Minha Casa Minha Vida no Sertão


Francinete Lunguinho de Sousa Luíz (Foto: Walla Santos)

A distribuição de casas do Programa Minha Casa Minha Vida no Assentamento Nova Vida I, nas Várzeas de Sousa, no Sertão do Estado, estaria sendo feita de forma irregular. Francinete Lunguinho de Sousa Luíz, que reside no local há doze anos, denunciou ao ClickPB que políticos da região estão interferindo no benefício com fins eleitoreiros.

"Estamos lá há doze anos, moramos na terra, produzimos, inclusive temos filhos que nasceram lá debaixo de barraca. E hoje, por causa da política, nós estamos vendo pessoas sendo beneficiadas", desabafa a assentada.

Fraude - De acordo com Francinete, as pessoas que estão sendo beneficiadas com as casas sem nunca ter morado no local são indicadas por políticos influentes. Ela afirma que foi "um vereador que indicou a construção das casas dessas pessoas".

O vereador, segundo a denunciante, é João Rabelo de Sá Neto (PCdoB),  do município de Aparecida. João Neto inclusive coordena reuniões no assentamento com a Cooperativa de Trabalho e Prestação de Serviços Técnicos da Reforma Agrária da Paraíba LTDA (Cooptera), que foi a ganhadora de licitação para as construções.

Além de fazer o papel de facilitador das reuniões e de manipular quem deve ser favorecido, o vereador João Neto também é beneficiário das casas a serem construídas no assentamento. Ele ainda é tido como idoso na documentação para obter o benefício, apesar de ainda ser jovem, de acordo com a denunciante.

Inicialmente, o que havia ficado acertado entre a comunidade local e a Cooptera é que a prioridade na construção de casas seria para os lares com idosos e crianças. "Só que eles iniciaram por quem eles quiseram, indicando pessoas e nomes", denuncia Francinete. Ela ainda afirma que "na terra tem 90 famílias para serem assentadas, sendo que morando lá dentro só tem 60". O restante das "30 vagas sendo destinadas a pessoas que nunca plantaram, que nunca foram lá dentro, sendo beneficiadas por políticos", lamenta a assentada.

O caso foi denunciado no Ministério Público Federal de Sousa e também na Caixa Econômica Federal pelos próprios moradores do assentamento Nova Vida I. A Cooptera é alvo de outras investigações relacionadas a irregularidades referentes à reforma agrária.

O Portal ClickPB tentou falar com os representantes da Cooptera, que tem sede em João Pessoa, no Bairro dos Estados, nesta segunda-feira (11), nos períodos da manhã e tarde, mas o telefone não atendeu. Já o vereador de Aparecida, João Neto, também não foi localizado.

ClickPB

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